segunda-feira, 6 de outubro de 2008

SHAPER

Xanadu faz pit-stop no Brasil

Xanadu exibe um de seus shapes. Foto arquivo: Ricardo Macario.
Um dos mais reconhecidos shapers brasileiros no exterior chega ao Brasil direto de sua casa na Califórnia para produzir uma série limitada de pranchas na Surface.

Aproveitando a passagem de Xanadu pela fábrica de pranchas paulista, Luciano Leão bateu um papo com o shaper, que falou sobre as principais novidades na arte de produzir pranchas.

Você é um shaper que trabalha em vários países, Estados Unidos, Austrália, Japão, África do Sul, entre outros. Quais novidades você tem visto?

Muita gente vem tentando desenvolver uma nova tecnologia para fazer pranchas, usando diversos tipos de materiais. Pranchas ocas, de fibra de carbono, pranchas moldadas, pranchas de poliestireno (isopor), por extrusão ou por expansão, longarinas, parabólicas, longarinas de diferentes tipos de plástico e muitas outras idéias. Existe uma febre para achar algo novo.

E qual tem dado melhor resultado?

Algumas destas tecnologias quando aparecem criam certa expectativa e chegam até a crescer no mercado. Mas depois de um tempo enfraquecem. Olhe o exemplo das pranchas moldadas e de longarina parabólica. Já tiveram mais atenção antes. No fim, o velho e bom poliuretano com resina poliéster ainda é considerado o melhor material nas melhores pranchas para quem exige performance.

Quer dizer que ainda não existe uma tecnologia que supere o velho polurietano?

Veja o WCT, quase todas as pranchas usadas são de polurietano com resina poliéster.

A que você atribui desta superioridade da combinação polurietano e resina poliéster?

Se tivesse que chutar, acho que houve mais de 40 anos de desenvolvimento de design em cima do poliuretano. Por isso, quando se muda de material continuamos a usar o design que foi desenvolvido para polurietano, por isso a performance não é a mesma.

Outro problema são os diferentes materiais, que por sua natureza bóiam e flexionam diferente, como por exemplo, o poliestireno, EPS nos EUA ou isopor, como se chama popularmente no Brasil. Por isso os resultados da performance da prancha não são os mesmos.

Mudando de assunto, como está o mercado de prancha nos Estados Unidos?

O mercado caiu muito por lá. A crise econômica pegou muita gente. Tem muitas fábricas médias e pequenas fechando. Mas acho que vai ser bom, pois vai filtrar os bons fabricantes. A Xanadu Surfboards não foi afetada e continuo produzindo a mesma quantidade de pranchas.

A que você atribui este bom resultado?

Acho que o consumidor está mais seletivo em tempos de crise. Prefere comprar um produto de qualidade a arriscar.

Vamos falar em design. Quais designs você vem trabalhando e qual você acha melhor para o Brasil?

Acho o Brasil um lugar com boas ondas. Acho meus modelos Pig-2 e o W15 os mais versáteis para um surfista que quer uma prancha para ondas médias e pequenas, como é a maioria das ondas aqui. É claro que para um dia clássico em Maresias, o modelo HP (High Performance) é o mais indicado. Tenho trabalhado bastante refinando estes designs e acho que estou tendo um ótimo resultado.

Para obter mais informações, visite o site da Surface.

Um comentário:

MarcosCutrim disse...

Surf é VIDA Brother ;*)